04 dezembro, 2007

Visões Paralelas



Há um mundo paralelo
Que só existe em cada ser
Eu me reciclo, transformo o mundo
E a realidade de viver
Se tu me pedes, pegas na minha mão
Depois, caminhas comigo
Mesmo assim
Não terás minha percepção

12 novembro, 2007

Navego

navego
num espaço
de aliterações
e formas
vou de encontro a muros
intransponíveis
acho-me entre ondas perfeitas
porém fatais
e sedutoras
entrego-me às marés
de vícios incautos
e atiro-me às incertezas
de sentimentos insanos
navego
sem calmaria
à vista, nenhuma terra
sem norte, sem rumo
meu destino
é tão incerto
quanto a certeza
da morte a findar
a vida

06 outubro, 2007

Rara Borboleta

espectro alquímico
predestinado
à transfiguração
mutação de destino
e sombras
borboleta dourada
rebusca ausência
do perfeito casulo
largado à margem
dum passado
tesouro valido
apenas por incontáveis lágrimas
e pelo inestimável
arcabouço de experiências
adquiridas como
presentes
para um novo
e renovado eu

29 setembro, 2007

Estrelas são cegas



estrelas são cegas
mas nos fazem enxergar
um caminho
de sonhos
por onde
passos incertos
titubeiam perante sentidos
que não mentem
a mentes que não contam
estrelas

certa de que as nuvens
não são feitas de algodão
fecho meus olhos e clamo
a um arco-íris que as
dilacere, para volver
meu centro à razão
Caroline Schneider

13 setembro, 2007

Dueto

Sonhos - Carlos Gonçalves


Sonhos de lata
Tropeçados
Por sôfregos pés
Procurando caminhos
Que levem a novos
Destinos

Cacos de esperança
Estilhaçados
Por calejadas mãos
Tateando o tempo
Em busca de
Recomeços

(Caroline Schneider)

Fantasias estanhadas
Esbarrando-se
Aos sofridos calos
Que trilham caminhos
À procura de novas
Aventuras

São pedaços de incerteza
Que se quebram
Por enrugadas mãos
Que apalpam seu destino
Na tentativa de achar
Uma nova saída

(Edson dos Santos)

27 agosto, 2007

Um presente...

Um presente maravilhoso, que ganhei de um grande poetamigo do Recanto. Prestigiem:
http://recantodasletras.uol.com.br/visualizar.php?idt=622559

13 agosto, 2007

Homem-Anjo

In Peace by Miguel at www.deviantart.com

*
*
Tinha aparência de homem
Mas com olhar aproximado, a observar
Poder-se-ia notar
E deduzir, o ser alado que era
Um anjo, do céu, desatrelado de asas
Tão belas quimeras
*
Pegou-me no colo
Para, num adejo solto,
Mostrar-me seus paraísos
Contemplou meus traços femininos
Sussurrou-me doces versos imprecisos
Fez-me vislumbrar ballet de flores multicores
Sentir odores de jasmins e sândalos
Vi borboletas se aproximando
E em meus cabelos firmando pouso
Em questão de instantes
Fui do riso ao choro,
do pranto ao gozo,
do chão ao céu...
*
Cativa do doce querer do querubim
a renascer
decidiu retomar asas e ao céu ascender
*
Só o que sei é que hoje tenho em meu corpo
as impressões, odores e tremores
das digitais de um Anjo transmutado em flores
que em primavera se faz presente
no horizonte do céu do meu olhar
*
Voa, Anjo
Que o vento te trará
Pra mim
Em forma de pétalas
E a alegria em meu ser será sempre completa!

31 julho, 2007

Segredos


desvendou-me desejos
entrelinhados
em poesias e formas
ensimesmados de tons
*
escreveu em minhas costas, nuca e barriga
um poema só meu
poeta sem rima
sem utilizar pena ou mãos
*
mas, fazendo-se sol nascente
não desvendou segredos
de obscura sombra lunar
em lado oponente
que em velado estado latente
dormitou, deixando-se expor sua luz
à junção do brilho total
*
à espera d’algum eclipse
há nova fase a se iniciar
e ciclicamente
renovam-se meus segredos

16 julho, 2007

Limpa-me a alma

foto do site www.olhares.com


Limpa-me a alma
e a meus pés
jogue brancas pétalas
de pensamentos profanados
por enganadas ilusões
de silenciados nãos


Postergadas folhas
de adulterados
nós de sinuosas pernas
entre nuvens, sob o
olhar de atento luar


Mostra-me o caminho
da purificação dos sonhos
emaranhados por cipós
de tentações carnais


Quero unir o que dentro
de mim restou quebrado
dissipado em um vendaval
de torpor e ausência de lucidez


Limpa-me a carne
inundada pelo prazer vazio
tão oco quanto restou meu ser
ao perceber que sem ti
não me resta nada

23 junho, 2007

Mulher de Indra

Veio
pra minha roda do amor
ao brilho bruxuleante de velas
multicores
deu-me um beijo
pra me virar a cabeça
ajoelhou-se a meus pés
erógenos
amorteceu minha paixão
inóspita

Mulher de Indra
catexizei teu falo
com boca servil e fugaz
entre mordidas e unhadas
apoderei-me de tuas sensações
e axiomas

Dei meus mamilos e nádegas
para que pudesses brincar
como criança a me sugar
Um abraço de Jaghana
te entorpeceu
e no meu colo
te fiz só meu

Entrelaçados
a enroscar-nos
tal qual serpentes
em apoteose
viramos um
por um instante
eternizados
pelo gozo simultâneo
sincronizado

16 junho, 2007

Vestida de Branco

http://www.deviantart.com/

Dormi vestida de branco
Para tornar-me anjo lascivo
E voar em sonhos até você
*
No caminho, encontrei um querubim
Que me disse, um dia, tê-lo flechado
Com dardo envenenado de amor
Só para mim
*
Ao chegar,
camisola de renda,
deixando meu corpo à mostra
para teu deleite, sem vendas
Tornamo-nos feras
*
Com unhas e dentes
Desnudou-me
Aliterando pulsante desejo
Que uniu dois corpos em um
*
Ofertei-te duas rosas
Róseas, perfeitas
Que tu degustaste
Com olhos, boca e mãos
Prostrastes teu sexo em compaixão
E, com paixão, volitamos até as estrelas.

31 maio, 2007

Boneca de Porcelana



Teu olhar é como morteiro
Seguem minhas mãos lascivas
Que encontram meu sexo
Em febril reconhecimento

Descobrem ritmo
De ardor desencontrado
Solitário gozo
Por mãos que se desacompanham
Do compasso

Meu riso é triste
de uma lágrima
surgida no agora
rósea na face de quem
se deliciou do amor
e o jogou fora

Sou boneca de porcelana
Sou incauta
tive peças quebradas
no céu da minha boca
Meu gemido
é preso na garganta
onde estrelas foram desenhadas
e, rasgadas,
dadas em holocausto
pra qu’eu pudesse
saborear o delicioso
prazer do insano

26 maio, 2007

Alegorias


assintonia
comiseração da alegria
vida de lágrima
na face de Pierrô
sou Colombina
descreio sempre
da esperança
desvalida
mito de riso
choro, dor
lágrimas
ao findo dia
cansei-me de viver
Alegorias
em cada carnaval
tu, Arlequim
traz-me destino
sonho de ópio
disritmia
tríade de desventuras
desta venturosa
vida?
o que é isto
que pulsa
no ritmo
do enredo
que um deus
carnavalesco
escreveu sob
sangrenta pena
em nossos corpos
pintados sob amanhecido
segredo
de’uma quarta-feira
de cinzas?
Alegorias
frívolas, possíveis ruínas
trazidas pelo vendaval do tempo
réstias do sol
jazidas
sobre confete e serpentina

12 maio, 2007

Espírito da Noite



Da monarquia
Remonto o pecado
Fujo de ti,
Em versos alforriados

Minha cruz
Já sinto em meus braços
Tenho na pele
Estigma de ventos passados

Algo no sussurro da brisa
Reprisa absoluta verdade
A mesma espada que te ajuda
É aquela que te traz nocividade

Em lascivos ciclos solares
vou-te a mostrar o domo
minha realeza é meu
maior tesouro

Sou espírito da noite
Ponho em riste tuas fases
Só para ver-te minguar
À sombra de um riso escarlate!

08 maio, 2007

Sonho de Sereia


Sou S.e.r.e.i.a
transformo a energia vital
em malícia total
fecundidade hominal
em sensual vai-e-vem
de pernas, mãos, braços, sensações

quero que me acordes aos beijos
para descobrir-me realidade, eu vejo
P.a.r.a.í.s.o.s
em teus olhos mares
flutuantes sombras de inquietude flamejante

sou feita de matéria feminina
cheia de vida, nasci para amar
navego canções a N.e.t.u.n.o
que sabe, meu trono, é teu
Deixe-me S.o.n.h.a.r...
que a realidade de ver-te, ao acordar-me em manhã
torna-me plena
e renasço M.u.l.h.e.r...
Caroline Schneider

25 abril, 2007

Rosa-dos-ventos

soturna
morri mais de uma vez
entre os lábios
escarnecidos de sangue
colmatada por corvos em revoada
deixei-me levar
por entre serpentes e lírios do caminho
*
tua mão, era meu único leme
e teu odor, o porto onde sempre saberia regressar
*
dardejantes raios luminosos
resplandeciam do teu olhar
qualquer morte minha seria capaz de me cegar
mas tua contemplação ressuscitou-me do insano
*
profano delírio de altivez
salvaste-me outra vez
teu amor, a rosa-dos-ventos
nossas vidas, o mapa central
eu só sobrevivo por possuir uma bússola mágica
que busca em ti o norte, sempre que me vejo perdida
entre as serpentes e os lírios do caminho

20 abril, 2007

HAIKAI - imagem poética

clique na imagem para ampliá-la
Esta imagem é do céu de Curitiba, eu mesma tirei a foto, da janela, ao cair da tarde. Maravilhosa, não?! Nada faria mais jus a ela do que um poema...

15 abril, 2007

Miséria - IMAGEM & POESIA




















Clique sobre a imagem para visualizá-la e ler a poesia

08 abril, 2007

Maria, mãe da vida

Maria

Mãe da vida

Em teu olhar perene

Volitam anjos candos de ternura

 

Oh, mulher, símbolo da seiva

Gana e garra que não me deixam esmorecer

Quando vejo quão acanhados

Os pequenos dilemas do meu ser

 

Perdestes teu filho para uma cruz de espinhos

sorristes pra Deus

mesmo aflita entre escarninhos

 

Maria

Mãe de mim

Pra quem um dia roguei

Não deixes partir

O meu ser bipartido

Que tão pequena nascera

Tão frágil, tão bela

Pequena quimera

que sonhei para mim

 

E tu, mãe das mães

Mesmo tendo perdido teu filho

Em nome dos filhos perdidos

Não me negou concessão

 

Hoje sou mãe

E sei, e sinto

A dor que sentistes

Ao ver teu filho, tão lindo...

Tão forte, tão cheio de vida

Cegado de luz

 

Maria

Seque teu pranto em meus ombros

Que te darei parte do meu coração...

06 abril, 2007

Segredos da Monarquia

Escondo-me sob o manto de rainha
Mas quero o súdito mais rude da corte
A penetrar meu ventre ordinário de mulher
Quero gritos de plebéias
Transpiração de rameiras
Gemidos de cortesãs
Que façam ecoar em meu ser as trombetas dos cavaleiros
A guerrear nas savanas do meu reino
Quero ser devorada como faisões de banquetes reais
Sobre colchões de feno
Nos currais

Dou meu cetro de poder
A quem, mesmo de soslaio possa
Retirar-me do mediterrâneo inferno
Que é viver
Sem uma centelha de prazer...

Vida em eclipse

Minhas mãos não são mais as mesmas

 

Desvendei o escuro

De um eclipse solar

De repente, a luz fez-se trevas

E no abismo de mim mesma

Vi ressurgir a seiva da verdade

 

Obscurecer é renascer

 

Qual curso de um rio

As linhas das mãos

Alteraram o rumo

Restou só a digital, irretocável

A sugerir a antiga identidade

02 abril, 2007

Assumi minha saudade


 
Assumi minha saudade
Sou pássaro de papada amarela e crista eriçada
Que com canto lamurioso, ao mesmo tempo que canta
Cerra os olhos, na tentativa de apagar do esquadro da visão,
Teu mágico semblante
Abre firme as asas e voa
Tentando esquecer teu toque

Assumo minha saudade
Quero chuva que carregue
Pelas ladeiras das vias imundas do meu irrequieto ser
A lembrança do teu sorriso
Que torne espaço em branco o tempo gasto
no ninho aconchegante de teus braços
Quero tempestade tão forte
Que meus ouvidos não escutem mais o eco
Da batida do teu coração
Registrada no túnel invisível que compus
Ao deitar minha cabeça no teu peito nu

Mas tudo isso é em vão
meu amor é tão forte, tão pedra, tão aço
E a saudade me tomou de tal jeito
E você é tão parte de mim
Que já não sei que parte sou eu e que parte é você
Só o que sei é que conheço
Cada cor, cada cheiro, cada pedaço de aconchego

E fria é a estrada em que hoje perambulo
Pois não tenho teu calor pra me aquecer
E na escuridão em que me encontro,
só a luz do teu olhar faz encontrar meu caminho
Você pode ter partido pra longe do meu corpo
Mas não pra longe do meu coração
Que, ao invés de encolher, cresce ainda mais
Descobri onde esta estrada vai dar
Pra você vai me levar
O amor não partirá

Libertação

 
Pedi um par de asas
E num dia lilás me foram concedidas

(não cheguei a tocá-las)

Negro véu me foi cedido
Para velar minha quimera rasgada em semente
Arrancada em botão

Cinzas ao vento
Sujaram as roupas do varal
O que importam os motivos?
Se os ignora... (Ditador de luz!)

Alforriei-me de teu subjugo
Enquanto sujas tuas mãos
Cavando buracos na terra
Em busca de tesouros e riquezas
Enquanto transpiras em tua face
Correndo atrás das borboletas
E me negas as asas
(Abortador de sonhos),

Não te esqueças que sou feliz,
e não preciso mais de ti
Pois livre sou
E com minha liberdade
Posso agora plasmar minhas próprias asas
E colorir minha própria paisagem

Não careço ouro jóias pedras preciosas ou diamantes
tampouco buscar em lepidópteros minha alegria
porque em mim habita tudo que preciso
eu, metamorfoseada,
transformei-me
de repugnante e asquerosa
larva escrava
em uma linda e colorida
borboleta

por isso...
fique com tuas asas
elas pra nada te servem
de que adianta um par de asas
para quem nem em devaneios sabe voar?...

18 janeiro, 2007

Da razão e da loucura

Emoções que ecoavam

Em risos desenfreados

Libido e entusiasmo pragmáticos

Num despudor de mulher...

 

Havia um espaço

Sem razão

Sem sentidos

Havia algo de tão agradável...

Até mesmo as emoções tinham eco!

Eco sem cuidado, sem contorno, sem cores, sem piedade!

 

Qual será a tênue linha entre a razão e a loucura?

Entre a liberdade e a opressão?

Entre o controle e a omissão?

 

Você me resgatou do devaneio,

Deu-me a mão

Será que estará sempre pronto a me ajudar?

 

Meus heróis tinham coragem para soltar suas vidas sobre um abismo.
E tudo o que me lembro é ficar pensando "quero ser como eles!..."

Desde pequena isso parecia divertido...
E, não por coincidência, acabei sendo!
E posso morrer quando estiver pronta!

Talvez eu seja louca.
Talvez você seja louco.
Talvez sejamos loucos...

Quem poderá servir de paradigma?!


06 janeiro, 2007

Carta ao Perdão!

Perdão!
Por nunca ter acreditado em nada além da matéria...
Por ter ignorado os diversos avisos que os que me amam tentaram, em vão, me alertar.
Agora, encaro a verdade, da forma mais infeliz e triste possível, pois um sentimento de impotëncia e destruição invadem meu ser.
Tive oportunidade de melhorar tendências e vícios numa encarnação cercada de afeto e amor, os quais, mesmo após meu desencarne, presentes ainda se mostram, e as vibrações plasmam força e acalentam o medo e essa frustração.
Hoje, percebo quão afortunada fui e sou. E peço perdão pela cegueira da alma, agradecendo tanto amor e pedindo uma nova chance de burilamento da minha alma e coração.

Urgente, para este Natal

Neste Natal,
urgente que se busque o real sentido da vida
urgente que se demonstrem o amor, a amizade, a fé
Por tempos tortuosos
este planeta passará
A única bagagem necessária,
será um limpo coração...

Neste Natal,
urgente a limpeza da alma
sem egoísmo, a palavra de ordem é caridade
sem rancor, urge viagem de resgate ao amor
sem cupidez, emerge a busca da harmonia e amor-próprio

a Estrela de Belém
necessida dos escolhidos
do trigo, dos bons!

Neste Natal,
urgente que se encare a verdade,
para que se conquiste a real oportunidade ao progresso

Neste Natal,
urgente que a estrela dO Iluminado
brilhe dentro de cada um de nós.