11 fevereiro, 2011

o ar se comprime em meus pulmões
e os pelos da completa extensão do meu corpo
faz a mesma dança dos arrozais de Saigon
e quando nós, plural, viramos singular
chovo em você e você chove em mim
nos olhos, ardor liquefeito
a essência fica em mim
e acordo com teu cheiro misturado
disposto
a não me deixar esquecer

08 fevereiro, 2011

Passarinho sem asas

imagem do Flickr

Na estrada, no caminho
sou pa
        ssa
      ri
        nho
sem asas
(...)
anseio estar pronto pra voejar
sou despojado de tempero alado
da anarquia, do fado
do desterro atrelado
liberto-me em meu instante pensar
volito em sinfonia de cantos
em odes ao vôo infinito
(quisera ser destemido)
e num salto, faísca de momento
apanhar borla em pé de vento
- nem que fosse derradeiro intento!
esvoaçar entre nuvens em adejo solto
degustando
o sabor do vento e
o arroubo
da tão almejada
LiBeRdAdE

07 fevereiro, 2011

O Beijo -  Gustav Klimt




Adormeci em êxtase e na dimensão onírica encontrei teu sorriso em todos os rostos de papel. Nas paredes coloridas das casas que tocavam mantras, abria os braços e abraçava o corpo que me acolheu. Senti que eclodia uma força visceral inexplicável. Não compreendia o que era aquilo que me acometeu. E as formas iam se modificando, chamando-me a tomar parte do ballet de cores que ao meu redor dançava. Acordei repleta de sinestesia. Você me trouxe um beijo e com ele todas sensações tomaram forma. Compreendi, por fim, porque estava ali.