
Teu olhar é como morteiro
Seguem minhas mãos lascivas
Que encontram meu sexo
Em febril reconhecimento
Descobrem ritmo
De ardor desencontrado
Solitário gozo
Por mãos que se desacompanham
Do compasso
Meu riso é triste
de uma lágrima
surgida no agora
rósea na face de quem
se deliciou do amor
e o jogou fora
Sou boneca de porcelana
Sou incauta
tive peças quebradas
no céu da minha boca
Meu gemido
é preso na garganta
onde estrelas foram desenhadas
e, rasgadas,
dadas em holocausto
pra qu’eu pudesse
saborear o delicioso
prazer do insano
2 comentários:
Uma boneca tão doce e tão ardil. Acho que a dualidade permeia o cerne do homem (e da mulher), não uma dualidade pré-socrática, mas o encontro que gera uma dialética.
Não consigo tirar a imagem de uma bela prostituta em seu poema.
Feliz dia em que te encontrei no blog de Larissa.
Um forte abraço
Antônio Alves
profundo mesmo...
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