23 novembro, 2006

Anjo decaído


Anjo
decaído por um sonho de amor
banido
dos portões celestiais
por uma fagulha de paixão

sensibilidade
herdada de arcanjos cuj'alma
transmutou em sementes de gozo e fertilidade

anjo da paixão
feiticeiro do prazer
alquimista
do elixir da sensualidade pura
compositor das sinfonias mais belas
que cantam o amor

tua mácula
é meu condão
que me inspira
preencher
as lacunas do coração

teu hálito
em minha boca
faz
renascer em mim as asas
um dia perdidas
que me levaram à liberdade
liberdade de sentir-me
mulher

teus beijos
em meu pescoço
aguçam
o olfato do meu aroma feminino

um arrepio percorre
meu casulo
e aflora a vontade de voar
e num sopro de vida
bato asas
sou borboleta,
livre vou a colorir o caminho
ao reencontro da vida