30 abril, 2006

28



















aniversariar
mais que comemoração
é ato reflexivo
onde se calcula, não a idade
mas as vitórias,
as alegrias,
as emoções,
os sentimentos...
hoje, no meu aniversário
penso em quão abençoada sou
por ter uma família maravilhosa
e amigos que encantam a minha existência...
************
Amigos queridos, vocês são muito importantes para mim!
Agradeço pelo carinho, dedicação e apoio.

28 abril, 2006

Pedra



pedra
não sei sentir-me
provável angústia adormecida
da imobilidade e inerte vida
não sei não ver o azul do mundo
que ao céu e ao mar faz renascer
a vida
é viva, e viva sou
ser pedra
ó dor!
não sei ser muda
inerte testemunha
do desassossego
destino cíclico
da existência

26 abril, 2006

Menina dos sonhos



menina dos sonhos
que acalento em meus braços
sugaste em meus seios
a seiva da vitalidadede
meu coração emana
incondicional amor
meus olhos brilham
com tuas descobertas
as fibras do meu ser cantam
ao encanto de tuas risadas
meu céu se ilumina de estrelas
com o estalo do teu beijo
e um arrepio corre o corpo
ao ouvir chamar-me
MAMÃE!

25 abril, 2006

A Desiludida

Entrou correndo e se jogou no sofá. Já não podia mais agüentar tanta inquietação em seu coração. “O que posso fazer?”, pensou. Sua mente estava um turbilhão. Não conseguia mais manter a calma... prolongar a decisão não adiantaria mais. Ficou ali, inerte, olhando para o nada.

Marianna tinha sonhos. Casou-se pensando que havia encontrado o amor de sua vida. Amar era, para ela, a entrega total e irrestrita da vida, a divisão de sonhos, alimento da alma.

Desde pequena sonhara em construir uma família, ter filhos, envelhecer ao lado do homem da sua vida... e agora, via todos seus sonhos desmoronarem e ela nada podia fazer para evitar que acontecesse o inevitável.

Como algo tão bonito poderia ter se desgastado tanto? Em que ponto da vida conjugal perderam o respeito mútuo?

Esperou que ele chegasse. Deu-lhe um longo abraço. “O último”, pensou. Roberto nem olhou para ela, queria mesmo era se alimentar e dormir. “Porco nojento”. Havia dias em que Beto só lhe dava atenção quando queria sexo, fazia rapidamente o que queria, virava pro lado e dormia. Marianna se irritava. Já não era a mesma. Não se reconhecia como a pessoa doce e suave que sempre fora.

Esperou Beto dormir. Pegou suas coisas que já estavam arrumadas em dois sacos de lixo, junto à porta, deu uma última olhada para seu passado. Virou. Respirou fundo.
Quando chegou na portaria, viu que o porteiro dormia. “Que bom”, pensou. "Não haverá testemunhas". Quando pôs o pé para fora, sentiu um alívio tão grande... parecia que renascia. O cheiro da noite adentrou suas narinas, como se fosse o primeiro sopro de vida.

Começou a andar apressada, como quem quisesse recuperar cada segundo de vida perdido. Na rua, não havia viv’alma. Apenas uns gatos passeavam sobre os telhados das velhas casas desbotadas pelo tempo. Assim se sentia Marianna, desbotada. Descolorida. Sem vida. “Mas isso vai mudar”, um sorriso apareceu em seus lábios. Apertou o passo.

Chegou na rodoviária. O próximo ônibus sairia em trinta minutos. “Pra quê escolher o destino? O destino nos escolhe”. Comprou uma passagem, “na janela, para ver a paisagem”. Entrou, sem nem ao menos ler o destino daquele velho ônibus, que mais parecia uma carroça velha. Na bagagem, roupas, alguns acessórios e muitos sonhos trancafiados por anos a fio.

Apesar do excitamento, estava tão cansada que não conseguiu esperar que o ônibus pegasse a estrada, caiu num sono profundo. Acordou com alguém cutucando seu ombro. “Ei, moça, já chegamos!”

Atordoada, Marianna olha ao redor, esfrega os olhos que teimavam não fixar as imagens... Nesse momento, um arrepio percorre cada milímetro do seu corpo.

“Mãe!”, grita.

“Como você sabia que eu chegaria? Peguei um ônibus qualquer, e...”

“Filha! Eu sabia que esse dia chegaria...”

“Mas, como?!?”

“Desde que fostes embora, venho todos os dias aqui, na esperança de te reencontrar. Já ganhei o apelido de ‘a Desiludida’, mas nunca perdi a vontade de esperá-la”.

Neste momento, Marianna descobriu que tudo o que precisava, era de um colo de mãe. Que tudo o que uma pessoa precisa, para ser completa, é ser amada por sua família e ter sempre pra onde retornar quando tudo dá errado na vida.

23 abril, 2006

Eu e os anjos...

(oil painting: "Guardian angels" - Patrick Gysemberg)

cada pedaço de mim
fortalece o meu ser
cada traço, cada ponto,
cada pinta, cada ruga...

sou desenhado dia a dia
pela própria vida minha
sou pintado com as cores
que eu mesmo plasmo
na aquarela dos sonhos...

a luz que as destaca
é própria dos anjos
que, ao passarem, convido
perto de mim ficarem

e estes, ficam tempo
necessário a me ensinar
que a luz que deles emana
meu ser também pode emanar
pois luz é amor desejado
é abraço ofertado
é palavra em flor!

22 abril, 2006

A Pedra da Realidade

A Pedra da Realidade: “Para sonhos de papel / o peso / da pedra da realidade”.
Assim começa uma viagem sem retorno ao mundo da realidade poética, pintada por CC.
São poesias com contextos realistas traduzidos em tons intimistas, apresentando o cotidiano, o sexo, a vida, com humor e muita beleza.
Jogos de palavras, brincadeiras com a rima e poesia visual convidam à reflexão e ao prazer.
Sua poesia transcende ao papel. Alça vôo. E com ela, a imaginação do leitor.
Como se tudo isso não bastasse, um charmoso livro feito em casa, pelas mãos do próprio autor... e autografado, claro!!!
Parabéns, CC e... muito sucesso!

20 abril, 2006

Tambores do coração













Tum tum
Retumbam os tambores
Do meu coração
Segue ritmado o compasso
Antes em descompasso
Pelos desconcertos da vida
Tum tum

19 abril, 2006

Lua


(Ilustração de Andy Williams: Full Moon over la Corbiere Lighthouse - Jersey/England)

Lua
Inspirada em ti
Subo ao céu
E vejo
Quantas belezas
Há na terra
Belezas banhadas por tua
Luz
Belezas presentes dos céus
aos homens
Os mesmos homens
Que a destroem
Os mesmo homens
Que a corrompem
Os mesmos homens
Que fecham as janelas
E nem te notam...
Ó, lua
Inspirada em ti
Subo ao céu...

18 abril, 2006

(oil on canvas: Ganushkevich Tsezariy - Friends)


Aquele que pensa que os amigos de infância foram os que mais importância exerceram na vida estão enganados.
Primeiro, porque amigos são importantes sempre. Em todas as fases da vida.
Segundo, porque quando crescemos é que mais precisamos de pessoas
que pensem como a gente, ou não...
que nos dêem puxões de orelha quando precisarmos...
que nos emprestem o colo quando nossa mãe já não está mais ao nosso alcance...
que nos dêem conselhos gratuitos...
que nos emprestem um livro...
que nos amem, apesar dos nossos defeitos...
que nos critiquem quando necessário, para que cresçamos...
que nos dêem dicas de um bom filme, ou simplesmente assistam a ele conosco...
que nos façam sorrir e nos lembrem que vale a pena lutar pela vida!
Os amigos nos fazem perceber que os laços de amizade, amor, carinho e afeição, necessitam apenas do olhar, do cuidado.
Com certeza, amizade é um tema recorrente para todos os poetas e escritores em geral, pois sem nossos amigos, não teríamos inspiração...

**************

Sei que todo o dia é dia de celebrar a amizade e o amor, mas hoje, em especial, deu um apertinho no peito ao pensar nos amigos que eu tenho na vida... reais... virtuais... próximos... longínquos... e em como é bom tê-los comigo a dividir essa jornada... que fiquei emocionada e resolvi escrever que AMO TODOS VOCÊS!!!

15 abril, 2006

Páscoa




















(oil on canvas: Easter and the Totem - Jackson Pollock)

Páscoa
É tempo de renovação
É tempo de afinar as cordas do coração
de repensar nossas atitudes
de transformar a amargura em felicidade
É tempo de nos unirmos e celebrarmos a fé no amor

Páscoa
Ritual de passagem para a vida,
É tempo do renascimento do Deus
que habita cada um de nós!

12 abril, 2006

Quero



Quero a doçura das crianças
A suavizar a vida
Quero a ingenuidade,
a alegria do descobrir
Quero a felicidade
estampada no sorriso aberto
A esperança no porvir

Quero a sinceridade
a conduzir o caráter
E a espontaneidade e franqueza
do agir...

Quero o brilho do olhar,
a acreditarna vida e no ser
Quero a certeza de estar
plantando a semente do bem
quero a simplicidade
e a integralidade

de viver

11 abril, 2006

Carta de um pai

(oil on canvas (1996): The Crying Old Man - Vladmir Fomin)

Meu filho,
Não vi te tornares homem!
Não vi teus primeiros passos, tuas primeiras palavras, teus primeiros machucados...
Não pude auxiliar com teus deveres na escola, tampouco pude estender meu ombro quando a vida foi dura e amarga contigo.
Não pude expressar o meu amor e nem a vergonha de não ter tido coragem de assumir minhas responsabilidades.
Vergonha por não ter sido homem, ser humano, quando chegada a hora de me posicionar... simplesmente parti.
Vergonha de não ter sido pai para ti. E o arrependimento mostrou-se a mim todos os dias da minha existência, através de lágrimas e amargura.
Hoje, só o que peço, se é que algo me é permitido pedir, é o perdão.
Perdão! Por todas as vezes que faltei na tua vida, por todos os sentimentos que não pude demonstrar e também por aqueles que não tive.
E quando, finalmente, puderes me perdoar, serás também melhor pessoa, e melhor pai.

10 abril, 2006

FLOR MORTA DO ACASO

Postagem excluída por morte súbita

09 abril, 2006

Criança















www.friends-international.org

Criança

Traz ao mundo
alegria ao descobrir
as coisas simples da vida
um simples gesto de adeus
um simples beijo na mão
um simples olhar atento

Criança
Faz adultos parecerem
aprendizes...
das coisas simples da vida!

07 abril, 2006

Álbum de Fotografias






Fotografias
Pétalas do tempo
Eternos sorrisos e lágrimas...
Momentos imóveis
esperando serem revividos
Amadas gentes imortalizadas
que já se foram
ou que ainda estão a enfeitar a vida...

Folheio, relembrando cada cheiro, cada toque, cada olhar
Os lugares por onde passei são como células a completar meu corpo
As pessoas que conheci são como flores a enfeitar meu jardim
O sabor da novidade, mantém-se presente em minha boca
Os sons da vida, ecoam nas conchas aos meus sentidos
Dos sentidos, mais um renasce, o das lembranças
Os pensamentos são vaga-lumes, na escuridão do nada, surgem e iluminam os registros do meu ser
Minhas fotografias são o passado, tesouros do maior presente, a vida.

05 abril, 2006

Carta ao meu eu do passado


Se você pudesse receber essa carta que lhe escrevo agora, provavelmente ela não existiria... pois você teria vivido plenamente... deixo claro, porém, que não me arrependo do que fiz, somente acho que poderia ter feito mais...

Aproveite melhor a sua infância, pois quando crescemos adquirimos, a cada dia, mais e mais responsabilidades, o tempo parece que passa mais ligeiro, a cada dia você terá menos lazer e prazer e muito mais trabalho e problemas. As pessoas não farão amizades tão facilmente quanto as crianças. Será muito mais difícil explicar seus sentimentos e expô-los... quase impossível... Irão taxá-la de idiota se você simplesmente quiser abraçar alguém. Se quiser pedir algo emprestado, deverá dar uma explicação completa. E quando quiser dar sua opinião, não poderá ser espontânea, deverá utilizar máscaras, pois o homem adulto não está preparado para a verdade. A verdade lhe dói mais do que cortes, machucados. E não fazer seus deveres implicará em muito mais do que castigos...

Aproveite mais a adolescência, pois rebeldia depois dos 18 não é mais admissível. Namorar vai ficar mais difícil e trará conseqüências insuportáveis se você for intransigente... Aproveite agora para gritar os seus direitos, pois quando virar adulta, haverá muita burocracia, e você acabará tendo que apelar para o tribunal... Aproveite para telefonar para seus amigos, pois quando eles também estiverem grandes como você, ninguém terá mais tempo de falar e contar as novidades ao telefone, mal e mal deixarão uma mensagem enviada por computador.

Saia mais, tenha mais amigos, mais namorados, não seja tão tímida – a timidez faz com que você perca preciosas oportunidades de fazer amigos e conhecer pessoas que farão diferença na sua vida. Leia mais livros, pois agora você não tem mais tanto tempo livre para eles, e muitas vezes, saber sobre algum assunto faz falta pra você.

Não sonhe tanto com o futuro, viva mais o presente, pois um dia você irá lembrar quantas coisas você poderia ter feito e não fez.

Viaje mais e curta mais os lugares por onde passa... Não fique com vergonha de você mesma, pois é mais inteligente do que imagina e tem mais capacidade do que desejava ter... um dia você olhará para trás e verá que sempre conseguiu tudo o que queria.

Pense melhor antes de tomar decisões e utilize mais a razão do que o coração.

Tenha mais voz ativa quando estiver num relacionamento, pois tem tendência a se anular...

É impossível voltar atrás, espero que tenha compreendido meus conselhos, faça mais por você no presente... viva melhor e faça mais do que ter uma simples e ordinária vida.

Escrevo esta carta, para lembrar, que é sempre tempo de recomeçar...

03 abril, 2006

AUTO-RETRATO

(oil on canvas: "Self Portrait with a Beauty" - Sokolov)

Em pinceladas coloridas
Vou-me pintando pouco a pouco
Um dia pinto-me pássaro
que com asas brancas
risca o céu
Outros, pinto-me árvore
muda testemunha
da vida

Colorida ou em preto e branco
Aquela que eu pinto
feliz ou triste
boa ou má
Transcende às pinceladas
Eu saio da tela
Pintura anárquica
E modifico as cores dela!


Do-ré-mi-fá-sol-lá-si-dó


















(Óleo sobre linho: The Ecstatic Generosity of Music – Joseph Coco)

Doce melodia do mundo
Restabelece a alma partida
Milagre criativo do homem
Faz a pele arrepiar, o corpo estremecer
Solta as amarras do ser
grimas rolam pelas cascatas do sonho
Sinal divino da transformação, pela
Doce melodia do mundo...

01 abril, 2006

Enquanto há tempo...

(oil on canvas: "Destiny" - Jennifer Kane)


Enquanto há tempo...
Beije quem você ama
Enquanto há tempo...
Abrace seus amigos
Enquanto há tempo...
Realize seus sonhos
Enquanto há tempo...
Curta muito seus filhos
Enquanto há tempo...
Aprenda novas lições
Enquanto há tempo...
Leia bons livros
Enquanto há tempo...
Viaje a novos destinos
Enquanto há tempo...
Diga “eu te amo”
Enquanto há tempo...
Seja feliz!
Enquanto há tempo...
Viva. Pois você nunca sabe
quando este tempo termina...
O destino é o presente
E o presente
é você quem faz!