
A poesia é minha morfina. Mas o ciclo do seu nascimento só se finda quando ela for lida.
04 dezembro, 2007
Visões Paralelas

12 novembro, 2007
Navego
num espaço
de aliterações
e formas
vou de encontro a muros
intransponíveis
acho-me entre ondas perfeitas
porém fatais
e sedutoras
entrego-me às marés
de vícios incautos
e atiro-me às incertezas
de sentimentos insanos
navego
sem calmaria
à vista, nenhuma terra
sem norte, sem rumo
meu destino
é tão incerto
quanto a certeza
da morte a findar
a vida
06 outubro, 2007
Rara Borboleta
29 setembro, 2007
Estrelas são cegas

13 setembro, 2007
Dueto
Cacos de esperança
27 agosto, 2007
Um presente...
http://recantodasletras.uol.com.br/visualizar.php?idt=622559
13 agosto, 2007
Homem-Anjo
31 julho, 2007
Segredos

16 julho, 2007
Limpa-me a alma
Postergadas folhas
de adulterados
nós de sinuosas pernas
entre nuvens, sob o
olhar de atento luar
Mostra-me o caminho
da purificação dos sonhos
emaranhados por cipós
de tentações carnais
Quero unir o que dentro
de mim restou quebrado
dissipado em um vendaval
de torpor e ausência de lucidez
Limpa-me a carne
inundada pelo prazer vazio
tão oco quanto restou meu ser
ao perceber que sem ti
não me resta nada
23 junho, 2007
Mulher de Indra
pra minha roda do amor
ao brilho bruxuleante de velas
multicores
deu-me um beijo
pra me virar a cabeça
ajoelhou-se a meus pés
erógenos
amorteceu minha paixão
inóspita
Mulher de Indra
catexizei teu falo
com boca servil e fugaz
entre mordidas e unhadas
apoderei-me de tuas sensações
e axiomas
Dei meus mamilos e nádegas
para que pudesses brincar
como criança a me sugar
Um abraço de Jaghana
te entorpeceu
e no meu colo
te fiz só meu
Entrelaçados
a enroscar-nos
tal qual serpentes
em apoteose
viramos um
por um instante
eternizados
pelo gozo simultâneo
sincronizado
16 junho, 2007
Vestida de Branco

31 maio, 2007
Boneca de Porcelana

26 maio, 2007
Alegorias

comiseração da alegria
vida de lágrima
na face de Pierrô
sou Colombina
descreio sempre
da esperança
desvalida
mito de riso
choro, dor
lágrimas
ao findo dia
cansei-me de viver
Alegorias
em cada carnaval
tu, Arlequim
traz-me destino
sonho de ópio
disritmia
tríade de desventuras
desta venturosa
vida?
o que é isto
que pulsa
no ritmo
do enredo
que um deus
carnavalesco
escreveu sob
sangrenta pena
em nossos corpos
pintados sob amanhecido
segredo
de’uma quarta-feira
de cinzas?
Alegorias
frívolas, possíveis ruínas
trazidas pelo vendaval do tempo
réstias do sol
jazidas
sobre confete e serpentina
12 maio, 2007
Espírito da Noite

08 maio, 2007
Sonho de Sereia

transformo a energia vital
em malícia total
fecundidade hominal
em sensual vai-e-vem
de pernas, mãos, braços, sensações
quero que me acordes aos beijos
para descobrir-me realidade, eu vejo
P.a.r.a.í.s.o.s
em teus olhos mares
flutuantes sombras de inquietude flamejante
sou feita de matéria feminina
cheia de vida, nasci para amar
navego canções a N.e.t.u.n.o
que sabe, meu trono, é teu
Deixe-me S.o.n.h.a.r...
que a realidade de ver-te, ao acordar-me em manhã
torna-me plena
e renasço M.u.l.h.e.r...
25 abril, 2007
Rosa-dos-ventos

20 abril, 2007
HAIKAI - imagem poética
15 abril, 2007
08 abril, 2007
Maria, mãe da vida
Maria
Mãe da vida
Em teu olhar perene
Volitam anjos candos de ternura
Oh, mulher, símbolo da seiva
Gana e garra que não me deixam esmorecer
Quando vejo quão acanhados
Os pequenos dilemas do meu ser
Perdestes teu filho para uma cruz de espinhos
sorristes pra Deus
mesmo aflita entre escarninhos
Maria
Mãe de mim
Pra quem um dia roguei
Não deixes partir
O meu ser bipartido
Que tão pequena nascera
Tão frágil, tão bela
Pequena quimera
que sonhei para mim
E tu, mãe das mães
Mesmo tendo perdido teu filho
Em nome dos filhos perdidos
Não me negou concessão
Hoje sou mãe
E sei, e sinto
A dor que sentistes
Ao ver teu filho, tão lindo...
Tão forte, tão cheio de vida
Cegado de luz
Maria
Seque teu pranto em meus ombros
Que te darei parte do meu coração...
06 abril, 2007
Segredos da Monarquia
Mas quero o súdito mais rude da corte
A penetrar meu ventre ordinário de mulher
Quero gritos de plebéias
Transpiração de rameiras
Gemidos de cortesãs
Que façam ecoar em meu ser as trombetas dos cavaleiros
A guerrear nas savanas do meu reino
Quero ser devorada como faisões de banquetes reais
Sobre colchões de feno
Nos currais
Dou meu cetro de poder
A quem, mesmo de soslaio possa
Retirar-me do mediterrâneo inferno
Que é viver
Sem uma centelha de prazer...
Vida em eclipse
Minhas mãos não são mais as mesmas
Desvendei o escuro
De um eclipse solar
De repente, a luz fez-se trevas
E no abismo de mim mesma
Vi ressurgir a seiva da verdade
Obscurecer é renascer
Qual curso de um rio
As linhas das mãos
Alteraram o rumo
Restou só a digital, irretocável
A sugerir a antiga identidade
02 abril, 2007
Assumi minha saudade
Sou pássaro de papada amarela e crista eriçada
Que com canto lamurioso, ao mesmo tempo que canta
Cerra os olhos, na tentativa de apagar do esquadro da visão,
Teu mágico semblante
Abre firme as asas e voa
Tentando esquecer teu toque
Assumo minha saudade
Quero chuva que carregue
Pelas ladeiras das vias imundas do meu irrequieto ser
A lembrança do teu sorriso
Que torne espaço em branco o tempo gasto
no ninho aconchegante de teus braços
Quero tempestade tão forte
Que meus ouvidos não escutem mais o eco
Da batida do teu coração
Registrada no túnel invisível que compus
Ao deitar minha cabeça no teu peito nu
Mas tudo isso é em vão
meu amor é tão forte, tão pedra, tão aço
E a saudade me tomou de tal jeito
E você é tão parte de mim
Que já não sei que parte sou eu e que parte é você
Só o que sei é que conheço
Cada cor, cada cheiro, cada pedaço de aconchego
E fria é a estrada em que hoje perambulo
Pois não tenho teu calor pra me aquecer
E na escuridão em que me encontro,
só a luz do teu olhar faz encontrar meu caminho
Você pode ter partido pra longe do meu corpo
Mas não pra longe do meu coração
Que, ao invés de encolher, cresce ainda mais
Descobri onde esta estrada vai dar
Pra você vai me levar
O amor não partirá
Libertação
E num dia lilás me foram concedidas
(não cheguei a tocá-las)
Negro véu me foi cedido
Para velar minha quimera rasgada em semente
Arrancada em botão
Cinzas ao vento
Sujaram as roupas do varal
O que importam os motivos?
Se os ignora... (Ditador de luz!)
Alforriei-me de teu subjugo
Enquanto sujas tuas mãos
Cavando buracos na terra
Em busca de tesouros e riquezas
Enquanto transpiras em tua face
Correndo atrás das borboletas
E me negas as asas
(Abortador de sonhos),
Não te esqueças que sou feliz,
e não preciso mais de ti
Pois livre sou
E com minha liberdade
Posso agora plasmar minhas próprias asas
E colorir minha própria paisagem
Não careço ouro jóias pedras preciosas ou diamantes
tampouco buscar em lepidópteros minha alegria
porque em mim habita tudo que preciso
eu, metamorfoseada,
transformei-me
de repugnante e asquerosa
larva escrava
em uma linda e colorida
borboleta
por isso...
fique com tuas asas
elas pra nada te servem
de que adianta um par de asas
para quem nem em devaneios sabe voar?...
18 janeiro, 2007
Da razão e da loucura
Emoções que ecoavam
Em risos desenfreados
Libido e entusiasmo pragmáticos
Num despudor de mulher...
Havia um espaço
Sem razão
Sem sentidos
Havia algo de tão agradável...
Até mesmo as emoções tinham eco!
Eco sem cuidado, sem contorno, sem cores, sem piedade!
Qual será a tênue linha entre a razão e a loucura?
Entre a liberdade e a opressão?
Entre o controle e a omissão?
Você me resgatou do devaneio,
Deu-me a mão
Será que estará sempre pronto a me ajudar?
Meus heróis tinham coragem para soltar suas vidas sobre um abismo.
E tudo o que me lembro é ficar pensando "quero ser como eles!..."
E, não por coincidência, acabei sendo!
E posso morrer quando estiver pronta!
Talvez eu seja louca.
Talvez você seja louco.
Talvez sejamos loucos...
Quem poderá servir de paradigma?!
06 janeiro, 2007
Carta ao Perdão!
Por nunca ter acreditado em nada além da matéria...
Por ter ignorado os diversos avisos que os que me amam tentaram, em vão, me alertar.
Agora, encaro a verdade, da forma mais infeliz e triste possível, pois um sentimento de impotëncia e destruição invadem meu ser.
Tive oportunidade de melhorar tendências e vícios numa encarnação cercada de afeto e amor, os quais, mesmo após meu desencarne, presentes ainda se mostram, e as vibrações plasmam força e acalentam o medo e essa frustração.
Hoje, percebo quão afortunada fui e sou. E peço perdão pela cegueira da alma, agradecendo tanto amor e pedindo uma nova chance de burilamento da minha alma e coração.
Urgente, para este Natal
urgente que se busque o real sentido da vida
urgente que se demonstrem o amor, a amizade, a fé
Por tempos tortuosos
este planeta passará
A única bagagem necessária,
será um limpo coração...
Neste Natal,
urgente a limpeza da alma
sem egoísmo, a palavra de ordem é caridade
sem rancor, urge viagem de resgate ao amor
sem cupidez, emerge a busca da harmonia e amor-próprio
a Estrela de Belém
necessida dos escolhidos
do trigo, dos bons!
Neste Natal,
urgente que se encare a verdade,
para que se conquiste a real oportunidade ao progresso
Neste Natal,
urgente que a estrela dO Iluminado
brilhe dentro de cada um de nós.