14 novembro, 2008

Pietra


Ela nunca havia pensado em transgredir as regras impostas por seu ego. Desde pequena fora, assim como seu nome, uma rocha em tudo que acreditava. Demorava a modificar seus padrões de conduta, tomava como certo, demasiadas vezes, a verdade de seus pais. Pietra não sabia quão árduo seria encontrar sua própria verdade..

Redescobriu-se pensando que, talvez, devesse caminhar, desta vez, traçando seu próprio caminho. Chegava a titubear e pensar como é difícil ser "gente grande". Para ela, seria mais fácil contentar-se em seguir a verdade dos outros, mas uma voz lhe dizia que precisava sair daquele parco mundo onde havia se instalado, para que pudesse ser mulher integral. Apesar de todos os caminhos que havia trilhado por conta própria, sentia-se ainda retalhada, petrificada em seus devaneios de quem quer voar, mas não possui asas maduras.

E Pietra queria voar...

Nem sempre transgredir regras é imoral, refletira, por fim. E um novo ensinamento alevantou-se em sua mente. Precisava contemplar-se crescendo... e foi neste momento que retirou suas máscaras, como se fossem aleijões que a impediam de ver a si própria, mais que aos outros. Removeu seus próprios presságios, suas fantasias e medos. Verificou, por fim, que não haviam ditas regras em seu coração, portanto, transgressão alguma haveria.

Pietra dormiu em paz, sentindo que um novo destino a esperava ao amanhecer.

2 comentários:

Fred Matos disse...

Muito bom.
Há uma falha na digitação.
"prória" no lugar de própria.
Beijos

*Caroline Schneider* disse...

Valeu ;) Está arrumado!