27 maio, 2011

Jano


Era um homem com a face de Jano. Poderia abrir-me os portões do Paraíso apenas com o olhar. Uma vez em mim, o queria mais e mais. Talvez nossos corpos tivessem sido talhados para se completarem. Conhecia, antes mesmo de provar, todas as formas de o amar. Gostos, aromas, detalhes que o faziam sucumbir não me eram secretos. Faziam parte da essência do meu próprio ser. E tocá-lo nunca era deserto.

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