MONOPÓLIO DA MENTE
A poesia é minha morfina. Mas o ciclo do seu nascimento só se finda quando ela for lida.
27 maio, 2011
Jano
Era um homem com a face de Jano. Poderia abrir-me os portões do Paraíso apenas com o olhar. Uma vez em mim, o queria mais e mais. Talvez nossos corpos tivessem sido talhados para se completarem. Conhecia, antes mesmo de provar, todas as formas de o amar. Gostos, aromas, detalhes que o faziam sucumbir não me eram secretos. Faziam parte da essência do meu próprio ser. E tocá-lo nunca era deserto.
11 fevereiro, 2011
o ar se comprime em meus pulmões
e os pelos da completa extensão do meu corpo
faz a mesma dança dos arrozais de Saigon
e quando nós, plural, viramos singular
chovo em você e você chove em mim
nos olhos, ardor liquefeito
a essência fica em mim
e acordo com teu cheiro misturado
disposto
a não me deixar esquecer
a não me deixar esquecer
08 fevereiro, 2011
Passarinho sem asas
imagem do Flickr
Na estrada, no caminho
sou pa
ssa
ri
nho
sem asas
(...)
anseio estar pronto pra voejar
sou despojado de tempero alado
da anarquia, do fado
do desterro atrelado
liberto-me em meu instante pensar
volito em sinfonia de cantos
em odes ao vôo infinito
(quisera ser destemido)
e num salto, faísca de momento
apanhar borla em pé de vento
- nem que fosse derradeiro intento!
esvoaçar entre nuvens em adejo solto
degustando
o sabor do vento e
o arroubo
da tão almejada
LiBeRdAdE
07 fevereiro, 2011
O Beijo - Gustav Klimt
Adormeci em êxtase e na dimensão onírica encontrei teu sorriso em todos os rostos de papel. Nas paredes coloridas das casas que tocavam mantras, abria os braços e abraçava o corpo que me acolheu. Senti que eclodia uma força visceral inexplicável. Não compreendia o que era aquilo que me acometeu. E as formas iam se modificando, chamando-me a tomar parte do ballet de cores que ao meu redor dançava. Acordei repleta de sinestesia. Você me trouxe um beijo e com ele todas sensações tomaram forma. Compreendi, por fim, porque estava ali.
24 janeiro, 2011
Teu sorriso
Li teu sorriso
- Calmaria -
Num turbulento mar de abril
Teu reflexo me abraçava
Mas tu te ias...
Desvelei teu universo
Em flecha fugaz
Querendo ter-me
Além do olhar
Desnudo teu rosto
Sem tuas madeixas
Ficou e partiu-me
Quando enfim pude
Ver-me nele por inteira
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